A Prefeitura do Rio de Janeiro está considerando a implementação de novos incentivos fiscais para impulsionar o setor financeiro na cidade. O secretário de desenvolvimento urbano e econômico, Chicão Bulhões, revelou à Reuters que a administração municipal está avaliando a redução de impostos para tornar o Rio mais competitivo em relação a outros centros financeiros, como São Paulo.
Recentemente, a Câmara de Vereadores do Rio aprovou a diminuição do Imposto Sobre Serviços (ISS) de 5% para 2%. Essa medida faz parte das negociações para a criação de uma nova bolsa de valores na cidade, prevista para 2025. Bulhões destacou que há uma demanda crescente por um ambiente mais competitivo, especialmente em comparação com São Paulo, onde está localizada a B3.
O secretário mencionou que, enquanto a reforma tributária nacional não é implementada, é necessário criar condições favoráveis para as empresas locais. Ele afirmou que a redução do ISS é uma das ferramentas disponíveis, mas ressaltou a importância de avaliar o impacto fiscal dessa medida nas contas municipais.
Qualquer decisão sobre os incentivos será tomada apenas após as eleições municipais. Bulhões enfatizou o desejo de criar um ambiente competitivo para o mercado financeiro no Rio, destacando a abertura da prefeitura para colaborar com o setor.
O prefeito Eduardo Paes, que busca a reeleição, apoia a iniciativa. A ATG, uma empresa carioca de tecnologia, está desenvolvendo um projeto para estabelecer uma bolsa de valores no Rio. O pedido para a criação da bolsa já foi submetido ao Banco Central e à Comissão de Valores Mobiliários, e a expectativa é que as autorizações sejam concedidas em breve.
Cláudio Pracownik, presidente-executivo da ATG, afirmou que o cronograma para a nova bolsa está em andamento, com a previsão de início das operações no segundo semestre do próximo ano. A estrutura tecnológica deve estar pronta até o final deste ano, com testes programados para o primeiro semestre de 2025.
A cidade do Rio de Janeiro já teve uma bolsa de valores, que operou de 1820 até 2002, quando foi incorporada pela Bolsa de Valores de São Paulo. A ATG foi adquirida pelo fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala Capital, no ano passado, o que reforça o potencial do projeto.